- As últimas décadas do século 19 trouxeram rupturas fundamentais que alteraram radicalmente a História da Arte. No campo da produção artística, uma das principais marcas foi o questionamento dos modelos valorizados pela academia, desde o Renascimento.
- As mudanças nos planos socioeconômico e político, a filosofia moderna e as inquietações de artistas e personalidades envolvidas no campo da arte contribuíram para o que depois ficou conhecido como as Vanguardas Européias – movimentos que abriram o séc. 20, trazendo a marca desses questionamentos do final do século anterior.
- As gerações anteriores (impressionistas, pós-impressionistas e realistas) deixaram, para o séc. 20, a herança da vontade de transformação artística, embrião da arte moderna.
- São considerados particularmente decisivos nomes como:
- Paul Cézanne (1839-1906), que pregava uma obsessiva objetividade no modo de perceber o mundo.
- Georges Seraut (1859 -1891), que desenvolveu uma percepção científica de sua época, incorporando, às suas obras, estudos de ótica e cor. Além disso, é considerado um estudioso da arte, em função de suas pesquisas e descobertas estéticas.
- Van Gogh (1853-1890), que hoje é considerado um pioneiro na associação das tendências impressionistas com as principais aspirações modernistas. Sua obra é profundamente marcada por seu próprio estado psico-emocional, o que o fez alternar técnicas e estilos ao longo de sua vida artística.
O termo “vanguarda” vem do francês Avant Garde (guarda avante), referindo-se ao batalhão militar que antecede as tropas em ataque. No campo da arte, vanguarda é aquilo que “está à frente”.
Trata-se de uma série de movimentos artísticos e políticos da transição do séc. 19 para o séc. 20. Esses movimentos se consideravam guias para a cultura de seu tempo, colocando-se sempre à frente. Algumas vanguardas chegaram a assumir um caráter político partidário, desenvolvendo a militância, lançando manifestos e alimentando a crença de que portavam “a verdade”.
A expressão passou a circular na década de 1860, n’O Salão dos Recusados (Salon des Refusés), espaço onde expunham os artistas excluídos do Salão de Paris.
Muitos artistas vanguardistas ainda estavam ligados ao movimento realista. Este simpatizava com a promoção do progresso social, considerando os sujeitos ou grupos como responsáveis pelas reformas sociais.
Os artistas também se preocupavam com a experimentação estética (mais associada à forma de expressão).
As vanguardas costumam ser classificadas como positivas e negativas, ainda que movimentos como o expressionismo não se encaixem nessa divisão.
- Vanguardas positivas: Cubismo, Construtivismo, Neoplasticismo, Suprematismo, Abstracionismo e Concretismo - movimentos artísticos que pregavam a adequação da arte ao novo tipo de sociedade do século 20, em reação ao idealismo romântico. Trata-se de movimentos objetivistas (próximos ao positivismo).
- Vanguardas negativas: Surrealismo, Dadaísmo e Futurismo - movimentos artísticos que pregavam a separação entre a arte e a sociedade. Defendiam a indiferença da arte em relação a qualquer elemento exterior a ela própria. Buscavam qualidade técnica e conceitual extremas, sem maiores preocupações com o sentido da mensagem.
No Brasil, grupos como o Pau-Brasil e o Movimento Antropófago (ambos idealizados por Oswald de Andrade) se definiam como vanguardistas. O que veio a se constituir no Modernismo brasileiro recebeu muitas influências das vanguardas européias, o que fica evidente nas apresentações da Semana de Arte Moderna (São Paulo, 1922).
Clique aqui para ler trechos do livro Vanguarda Européia e Modernismo Brasileiro (Gilberto mendonça Teles)
Clique aqui para ler o Manifesto Pau-Brasil
Clique aqui para ler o Manifesto Antropófago
Nenhum comentário:
Postar um comentário