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terça-feira, 7 de junho de 2011

DIÁLOGOS ENTRE A PUBLICIDADE E OUTRAS FORMAÇÕES DISCURSIVAS

Em termos estéticos, o discurso publicitário se produz em meio a um jogo de evocações: personagens, histórias, formas de vida – vários são os discursos (factuais ou ficcionais) evocados pela publicidade. 

Todas as linguagens artísticas conhecidas, clássicas ou modernas, já foram acessadas pelo discurso publicitário, que se apresenta, assim, como um grande espaço intertextual e interdiscursivo.

ALGUNS EXEMPLOS:

Diálogos com a cultura midiática (personagens): a caracterização dos tipos sociais utilizados pela publicidade segue modelos – geralmente aqueles que estão em vigência ou que se cristalizaram em nosso imaginário.

O personagem Zigbim, da campanha “Não esqueça a minha Caloi” (Integral de Propaganda, 1978) apresenta elementos estéticos de uma imagem culturalmente construída, entre os anos 1970 e 80, do que seria um menino travesso. Essa imagem ainda circula seria reduplicada, mais tarde, no cinema, pelo personagem Chuck (Child’s Play, Tom Holland, 1988).

Diálogos com a Literatura: essa interação é antiga. Já nas primeiras décadas do século XX, é possível flagrar alguns exemplos. Uma das estratégias de divulgação do Biotônico Fontoura, por exemplo, foi a revista anual conhecida como Almanaque Fontoura, idealizado pelo escritor Monteiro Lobato. A revista era distribuída gratuitamente nas farmácias.

 

A publicidade costumava também usar as estratégias da poesia para criar slogans ou spots de rádio. Entre os autores que produziram textos para a publicidade, está Olavo Bilac:


Fósforos Brilhante
Aviso a quem é fumante
Tanto o Príncipe de Gales
Como o Dr. Campos Salles
Usam Fósforo Brilhante


Vela Brasileira
Vencida, e em trevas sepulta
Morde-se a indústria estrangeira
 – Pátria independente exulta
Tens a Vela Brasileira

Há diversos outros exemplos de diálogos entre o discurso publicitário e outras manifestações discursivas. Clique aqui para acessar os slides da aula.